Jan 03, 2024
Governo gasta 726 milhões de pesos em anti da Guarda Nacional
O governo federal gastou mais de 700 milhões de pesos para comprar equipamentos táticos
O governo federal gastou mais de 700 milhões de pesos para comprar equipamentos táticos para a Guarda Nacional, informou o jornal El Universal no domingo.
Citando um edital de licitação de 2022, o El Universal disse que o Ministério da Defesa Nacional gastou 726,53 milhões de pesos (US$ 38,6 milhões) em 17.442 "kits de proteção corporal".
Os kits, adquiridos à empresa Avacor, são compostos por fato de proteção, capacete antimotim, máscara de gás, escudo e cassetete, refere o jornal.
O equipamento foi adquirido para tropas da Guarda Nacional que participam em "operações de ordem interna e segurança nacional", segundo o edital.
A Guarda Nacional — essencialmente uma força policial militarizada — foi criada pelo atual governo federal para substituir a Polícia Federal. Tem sido usado para operações contra criminosos, manifestantes e migrantes, e mais de 6.000 de seus membros estão atualmente patrulhando o metrô da Cidade do México.
A força de segurança foi colocada sob o controle do exército no final do ano passado, gerando críticas de que a medida militarizaria ainda mais o país e levaria a mais violações dos direitos humanos.
O presidente López Obrador, que depende muito dos militares desde que assumiu o cargo no final de 2018, argumentou que a Guarda Nacional precisava estar sob o controle do exército para prevenir a corrupção e garantir seu profissionalismo.
A notícia de que o governo gastou mais de 700 milhões de pesos em equipamentos antimotim foi questionada por alguns usuários da mídia social.
Julieta Macías Rábago, ex-parlamentar, levantou dúvidas sobre a compatibilidade da compra com a promessa de López Obrador de nunca usar os militares contra "o povo", enquanto o jornalista Salvador García Soto fez uma pesquisa que pedia aos usuários do Twitter que indicassem o motivo da compra .
A partir das 22h00 CT de segunda-feira, mais de 92% dos mais de 350 entrevistados disseram que o governo fez a compra para ter a capacidade de reprimir as marchas de protesto. Apenas 5% disseram que o objetivo era cuidar dos membros da Guarda Nacional, enquanto apenas 2% disseram que o governo estava preocupado em cuidar dos cidadãos.
Escrevendo para o site de notícias etcétera, o jornalista Rubén Cortés disse que os cassetetes comprados são do mesmo tipo que a polícia militar usa para “espancar os manifestantes”.
"E [a Guarda Nacional] já comprou 2,8 milhões de granadas de gás lacrimogêneo", acrescentou.
“O fato irrefutável é que a militarização de 200 instituições civis no México caminha agora de mãos dadas com uma corrida armamentista do Exército e da Guarda Nacional. São armas de uso doméstico, para usar contra os cidadãos e não para a defesa nacional”, escreveu Cortés.
Com reportagens do El Universal
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